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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Questões de interpretação de Texto- Enem

[ENEM 2005] As questões 1 e 2 referem-se ao poema.
A DANÇA E A ALMA
A DANÇA? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)
1
A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é
(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
(C) a manifestação do ser humano, formada por uma seqüência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por conseqüência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.
2
O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e “concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:
éter. (B) seiva. (C) chão. (D) paixão. (E) ser.
3 [ENEM 2005]
Leia com atenção o texto:
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas
da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são
peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.)
O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto
(A) ao vocabulário.
(B) à derivação.
(C) à pronúncia.
(D) ao gênero.
(E) à sintaxe.
4 [ENEM 2005]
As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece
no seguinte poema:
“(....)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (....)”
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito
(A) étnico e religioso.
(B) lingüístico e econômico.
(C) racial e folclórico.
(D) histórico e geográfico.
(E) literário e popular.
5 [ENEM 2005]

A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a:
(A) relações pessoais e o avanço tecnológico.
(B) inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos.
(C) inclusão digital e a modernização das empresas.
(D) economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado.
(E) revolução informática e a exclusão digital.
6 [ENEM 2005]
O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo ocorre em
(A) “(....)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (....)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos.
setembro de 1992.)
(B) “Protegendo os inocentes
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
(C) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngües são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O
dicionário-padrão da língua. Alfa (28),
2743, 1974 Supl.)
(D)
(E) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas
espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br.
acessado em julho de 2005.)
Leia estes poemas.
Texto 1 - Auto-retrato
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico* profissional.
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)
Texto 2 - Poema de sete faces
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
(....)
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coração.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)
(*) tísico=tuberculoso
7 [ENEM 2005]
Esses poemas têm em comum o fato de
(A) descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
(B) refletirem um sentimento pessimista.
(C) terem a doença como tema.
(D) narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
(E) defenderem crenças religiosas.
8 [ENEM 2005]
No verso “Meu Deus, por que me abandonaste” do texto 2, Drummond retoma as palavras de Cristo, na cruz, pouco antes de morrer. Esse recurso de repetir palavras de outrem equivale a
(A) emprego de termos moralizantes.
(B) uso de vício de linguagem pouco tolerado.
(C) repetição desnecessária de idéias.
(D) emprego estilístico da fala de outra pessoa.
(E) uso de uma pergunta sem resposta.
9 [ENEM 2005]
Leia o texto e examine a ilustração:
Óbito do autor
(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de
1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos,
rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não
houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia − peneirava − uma chuvinha
miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis
da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira
de minha cova: −”Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer
comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos
mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas
gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe
funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas
entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (....)
(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por
Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)
Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor
(A) apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
(B) retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
(C) distorce a cena descrita no romance.
(D) expressa um sentimento inadequado à situação.
(E) contraria o que descreve Machado de Assis.
10
A conversa entre Mafalda e seus amigos
(A) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.
(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.
(C) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições divergentes.
(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de idéias.
(E) mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para superar divergências.
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
― Sois cristão?
― Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
― Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade)
11. [ENEM 2004]
A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do
(A) poeta e do colonizador apenas.
(B) colonizador e do negro apenas.
(C) negro e do índio apenas.
(D) colonizador, do poeta e do negro apenas.
(E) poeta, do colonizador, do índio e do negro.
12.
Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma
das mais conhecidas figuras de linguagem para
(A) condenar a prática de exercícios físicos.
(B) valorizar aspectos da vida moderna.
(C) desestimular o uso das bicicletas.
(D) caracterizar o diálogo entre gerações.
(E) criticar a falta de perspectiva do pai.
13
O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política.
Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade – o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características
(A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista.
(B) a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
(C) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
(D) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso.
(E) a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.
14 [ENEM 2009]
O texto a seguir é um trecho de uma conversa por meio de um
programa de computador que permite comunicação direta pela
internet em tempo real, como o MSN Messenger. Esse tipo de
conversa, embora escrita, apresenta muitas características da
linguagem falada, segundo alguns linguistas. Uma delas é a interação ao vivo e imediata, que permite ao interlocutor conhecer,
quase instantaneamente, a reação do outro, por meio de suas
respostas e dos famosos emoticons (que podem ser definidos
como “ícones que demonstram emoção”).
João diz: oi
Pedro diz: blz?
João diz: na paz e vc?
Pedro diz: tudo trank
João diz: oq vc ta fazendo?
(...)
Pedro diz: tenho q sair agora...
João diz: flw
Pedro diz: vlw, abc
Para que a comunicação, como no MSN Messenger, se dê em tempo
real, é necessário que a escrita das informações seja rápida, o que
é feito por meio de
(A) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos e letras
maiúsculas (como “oq vc ta fazendo?”).
(B) frases curtas e simples (como “tudo trank”) com abreviaturas padronizadas pelo uso (como “vc” – você – “vlw – valeu!).
(C) uso de reticências no final da frase, para que não se tenha que
escrever o resto da informação.
(D) estruturas coordenadas, como “na paz e vc”.
(E) flexão verbal rica e substituição de dígrafos consonantais por consoantes simples (“qu” por “k”).
14 [ENEM 2009]
[tirinhas_mafalda_124.jpg]
QUINO, J. L Mafalda. Tradução de Monica S. M. da Silva, São
Paulo: Matins Fontes, 1988.
O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda.
(A) revelou desinteresse na leitura do dicionário.
(B) tentava ler um dicionário, que é uma obra muito extensa.
(C) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar à leitura de um
livro tão grande.
(D) queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o
livro, como sua filha pensava.
(E) demonstrou que a leitura do dicionário o desagradou bastante,
fato que decepcionou muito sua filha.
15 [ENEM 2009]
Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu.
PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é naturá. In: Cordéis e outros
poemas.
Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008 (fragmento).
A partir da análise da linguagem utilizada no poema, infere-se que
o eu liríco revela-se como falante de uma variedade linguística
específica. Esse falante, em seu grupo social, é identificado como um falante.
(A) escolarizado proveniente de uma metrópole.
(B) sertanejo morador de uma área rural.
(C) idoso que habita uma comunidade urbana.
(D) escolarizado que habita uma comunidade do interior do país.
(E) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do país.
16 [ENEM 2009]
Simulado Enem 2009 - Questão 5 - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
A figura é uma adaptação da bandeira nacional. O uso dessa imagem
no anúncio tem como principal objetivo.
(A) mostrar à população que a Mata Atlântica é mais importante para o
país do que a ordem e o progresso.
(B) criticar a estética da bandeira nacional, que não reflete com exatidão a essência do país que representa.
(C) informar à população sobre a alteração que a bandeira oficial do
país sofrerá.
(D) alertar a população para o desmatamento da Mata Atlântica e fazer
um apelo para que as derrubadas acabem.
(E) incentivar as campanhas ambientalistas e ecológicas em defesa
da Amazônia.
17 [ENEM 2009]
A maioria das declarações do imposto de renda é realizada pela Internet, o que garante maior eficiência e rapidez no processamento das informações.Os serviços oferecidos pelo governo via Internet visam
A) gerar mais despesas aos cofres públicos.
B) criar mais burocracia no relacionamento com o cidadão.
C) facilitar e agilizar os serviços disponíveis.
D) vigiar e controlar os atos dos cidadãos.
E) definir uma política que privilegia a alta sociedade
18 [ENEM 2009]
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.— A
senhora
tem um jardim deslumbrante, dona Irene! — comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteirosde rosas e hortênsias.— Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também — diz Irene, sorrindo. — Já é umcusto aguentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.Todas sorriem. Irene prossegue:— Agradeço os elogios para o jardim, só que
você
vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida dasflores. Eu sou um fracasso na jardinagem. BAGNO, M. A língua de Eulália: Novela Sociolingüística .São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).
Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito quedeve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto, o em- prego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia
A) pensa que Irene é a jardineira da casa.
B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
C) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.
D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.
E) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a qual não tem intimidade.
19 [ENEM 2009]
A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias finalidades:informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das variedades linguísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a língua nas mais diversas situações comu-nicativas.Considerando as informações acima, imagine que você está à procura de um emprego e encontrou duas em- presas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você
A) fará uso da linguagem metafórica.
B) apresentará elementos não verbais.
C) utilizará o registro informal.
D) evidenciará a norma padrão.
E) fará uso de gírias
20 [ENEM 2009]
Páris, filho do rei de Tróia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito dedez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregosconseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira.Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escon-didos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente degrego”.
DUARTE, Marcelo.
O guia dos curiosos
.São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Em “puseram-no”, a forma pronominal “no” refere-se:
A) ao termo “rei grego”.
B) ao antecedente “gregos”.
C) ao antecedente distante “choque”.
D) à expressão “muros fortificados”.
E) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”
20 [ENEM 2009]
Cada um dos três séculos anteriores foi dominado por uma única tecnologia. O século XVIII foi a época dosgrandes sistemas mecânicos que acompanharam a Revolução Industrial. O século XIX foi a era das máquinasa vapor. As principais conquistas do século XX se deram no campo da aquisição, do processamento e da dis-tribuição de informações. Entre outros desenvolvimentos, vimos a instalação das redes de telefonia em escalamundial, a invenção do rádio e da televisão, o nascimento e crescimento sem precedentes da indústria de in-for mática e o lançamento de satélites de comunicação.
TANEMBAUM, Andrew S.
Redes de computadores
.Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
A fusão dos computadores e das comunicações teve profunda influência na organização da sociedade, conforme se verifica pela afirmação:
A) A abrangência da Internet não impactou a sociedade como a revolução industrial.
B) O telefone celular mudou o comportamento social, mas não impactou na disponibilidade de informações.
C) A invenção do rádio foi possível com o lançamento de satélites que proporcionam a transposição de fronteiras.
D) A televisão não atingiu toda a sociedade devido ao alto custo de implantação e disseminação.
E) As redes de computadores, nos quais o trabalho são realizados por grande número de computadores se- parados, mas interconectados, promoveram a aproximação das pessoas.
21 [ENEM 2009]
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida da chu-va, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios,não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
TREVISAN, D. Uma vela para Dario.
Cemitério de Elefantes
.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964 (adaptado)
No texto, um acontecimento é narrado em linguagem literária. Esse mesmo fato, se relatado em versão jornalística, com características de notícia, seria identificado em:
A) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui escorregando. Foi mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!
B) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-dia. O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-lo não conseguiu dar qualquer informação.
C) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. O homem, todo aprumado, de guarda--chuva no braço e cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até se sentar no chão dacalçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar.
D) Vítima Idade: entre 40 e 45 anos
Sexo: masculino
Cor: branca
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, quase esquina com Padre Vieira. Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A caminho
.E) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase esquina com a PadreVieira. Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor, venham logo
22 [ENEM 2009]
O convívio com outras pessoas e os padrões sociais estabelecidos moldam a imagem corporal na mente das pessoas. A imagem corporal idealizada pelos pais, pela mídia, pelos grupos sociais e pelas próprias pessoasdesencadeia comportamentos estereotipados que podem comprometer a saúde. A busca pela imagem corpo-ral perfeita tem levado muitas pessoas a procurar alternativas ilegais e até mesmo nocivas à saúde.
Revista Corpoconsciência
. FEFISA, v. 10, nº- 2, Santo André, jul./dez. 2006 (adaptado).
A imagem corporal tem recebido grande destaque e valorização na sociedade atual. Como consequência,
A) a ênfase na magreza tem levado muitas mulheres a depreciar sua autoimagem, apresentando insatisfação crescente com o corpo.
B) as pessoas adquirem a liberdade para desenvolver seus corpos de acordo com critérios estéticos que elas mesmas criam e que recebem pouca influência do meio em que vivem.
C) a modelagem corporal é um processo em que o indivíduo observa o comportamento de outros, sem, contudo, imitá-los.
D) o culto ao corpo produz uma busca incansável, trilhada por meio de árdua rotina de exercícios, com pouco interesse no aperfeiçoamento estético.
E) o corpo tornou-se um objeto de consumo importante para as pessoas criarem padrões de beleza que valorizam a raça à qual pertencem
Texto 1
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra[...]
ANDRADE, C. D. Antologia poética . Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. (fragmento)
Texto 2
23 [ENEM 2009]
A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
A) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho
B) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.
C) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero.
D) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.
E) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero
24 [ENEM 2009]
Em Touro Indomável , que a cinemateca lança nesta semana nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos demônios de La Motta — que fizeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado à destruição. Dirigida como um senso vertiginoso do destino de seu personagem,essa obra-prima de Martin Scorcese é daqueles filmes que falam à perfeição de seu tema (o boxe) para então transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e tremendamente imperfeitos.
Revista Veja. 18 fev. 2009 (adaptado).
Ao escolher este gênero textual, o produtor do texto objetivou
A) construir uma apreciação irônica do filme.
B) evidenciar argumentos contrários ao filme de Scorcese.
C) elaborar uma narrativa com descrição de tipos literários.
D) apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar criticamente.
E) afirmar que o filme transcende o seu objetivo inicial e, por isso, perde sua qualidade
25 [ENEM 2009]
Som de preto
O nosso som não tem idade, não tem raça
E não tem cor.
Mas a sociedade pra gente não dá valor.
Só querem nos criticar, pensam que somos animais.
Se existia o lado ruim, hoje não existe mais, porque o ‘funkeiro’ de hoje em dia caiu na real.
Essa história de ‘porrada’, isto é coisa banal
Agora pare e pense, se liga na ‘responsa’: se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança.
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Música de Mc’s Amilcka e Chocolate. In: Dj Marlboro. Bem funk .Rio de Janeiro, 2001 (adaptado).
À medida que vem ganhando espaço na mídia, o funk carioca vem abandonando seu caráter local, associadoàs favelas e à criminalidade da cidade do Rio de Janeiro, tornando-se uma espécie de símbolo da marginalização das manifestações culturais das periferias em todo o Brasil. O verso que explicita essa marginalização é:
A) “O nosso som não tem idade, não tem raça”.
B) “Mas a sociedade pra gente não dá valor”.
C) “Se existia o lado ruim, hoje não existe mais”.
D) “Agora pare e pense, se liga na ‘reponsa’”.
E) “se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança”