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terça-feira, 24 de abril de 2012

Realismo

REALISMO- INÍCIO: CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL


O Realismo é um movimento que surgiu na Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas transformações que ali ocorriam no âmbito econômico, político, social e científico. Vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material decorrente das inúmeras invenções.No entanto os benefícios não eram refletidos nas camadas mais pobres, que ao contrário passam a ter uma condição social cada vez pior.Na Revolução de 1948, na França havia tensão entre republicanos e socialistas na França. Por causa do grande desemprego foram criadas turmas de trabalho para a construção de obras públicas em Paris e seus arredores. O Congresso considerava que o pagamento desses funcionários era um pesado fardo para o país. Os empregados foram demitidos. Sem capacidade para sobreviver, organizaram e lutaram sem esperanças contra as forças armadas do governo. As mortes foram elevadas. Os intelectuais e artistas simpatizantes dos movimentos populares, entre eles Millet, foram perseguidos.Motivados tanto pelas idéias do socialismo os operários procuram organizar-se politicamente. Fundam então associações trabalhistas e passam a agir melhores condições de trabalho e de vida.No âmbito cultural, ocorre uma verdadeira efervescência de idéias. Surgem várias correntes científicas e filosóficas. Entre elas:- o Positivismo, de Augusto Comte, para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências.- o Determinismo, de Hippolyte Taine, segundo o qual o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico- - Evolucionismo e seleção natural, de Charles Darwin, que apresenta a "lei da seleção natural", segunda a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos.Os artistas, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma arte sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo.O Realismo foi, essencialmente, uma reação à visão idealizada do Romantismo.O movimento procura atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural, através do combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade, a crítica à sociedade e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, casamento, família); o embasamento no materialismo, o emprego de idéias científicas.

MARCO INICIAL:- Publicação de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, em 1857, na França.É uma narrativa que conta a história de Emma Bovary, uma mulher sonhadora e fútil, que aficcionada leitora de romances, se deixa influenciar e alienar pelas idéias romãnticas. Emma se casa com Charles Bovary, viúvo, e médico medíocre e provinciano. O casal fixa residência na província de Tostes, porém depois de uma grande festa no luxoso castelo de Vaubyssard, Emma deslumbrada com o luxo e a riqueza que passavam lone da sua rotina ao lado do acomodado Charles, ela convence o marido a mudarem-se para Yonville. Lá ela engravida e tem uma menina, que é entregue aos cuidados da ama-de-leite Rollet. Passam a frequentar a casa dos Bovary, o farmacêutico Homais e Leon, estudante de direito que nutre uma atração por Emma.Leon, com medo de não ser correspondido em seu amor impossível, muda-se para Paris. Sua partida entristece enormemente Emma, que se sente só e entediada. Loo Emma conhece Rodolphe, um aristocrata decadente que vive num castelo próximo a Yonville. Emma inicia um caso de amor com Rodolpe, os encontros secretos são no castelo. Mas logo o romance acaba e ela volta a sofrer, inclusive adoecendo. Tempos depois Emma reencontra Leon em Ruão e desta vez eles vivem uma história de amor. Emma passa a presentear o amante com roupas e presentes caros, endividando-se ao ponto de não conseguir saldar as promissórias. O comerciante Lheureux, a quem Emma deve, resolve cobá-la judicialmente. Ela pede ajuda ao ex-amnate Rodolphe e ao amnte Leon. Nenhum deles a socorre. Desesperada numa última tentativa, emma procura o tabelião Guillaumin para evitar a penhora da casa dela. Inútil, o tabelião ainda tenta seduzI-la. Sem saída, Emma suicida-se. Madame Bovary é o painel de uma sociedade adoecida e sem rumo, onde a crise moral estabelecida gera a insatisfação do indivíduo que busca um sentido para a futilidade da existência.No ano em que o livro Madame Bovary foi publicado, houve na França um grande interesse pela obra, que chegou levar o seu escritor a julgamento. O romance foi considerado imoral pelo governo francês, que decidiu mover um processo contra Flaubert. Foi processado por ofender a moral pública. E hoje, como vimos, Madamme Bovary é considerado obra-prima e precursor do Realismo na Europa.


REALISMO NO BRASIL:


O Brasil também passa por mudanças radicais tanto no campo econômico como no político-social, no período compreendido entre 1850 e 1900.
 A campanha abolicionista intensifica-se a partir de 1850; 
a Guerra do Paraguai (1864/70) tem como conseqüência o pensamento republicano – o Partido Republicano foi fundado no ano em que essa guerra acabou –; 
A Monarquia vive uma vertiginosa decadência. 
A Lei Áurea, de 1888, não resolveu o problema dos negros, mas criou uma nova realidade. 
O fim da mão-de-obra escrava e a sua substituição pela mão-de-obra assalariada, então representada pelas levas de imigrantes europeus que vinham trabalhar na lavoura cafeeira, originou uma nova economia voltada para o mercado externo, mas agora sem a estrutura colonialista.


MARCO INICIAL:
No Brasil considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo:
- Machado de Assis publica Memórias póstumas de Brás Cubaso primeiro romance realista de nossa literatura.- Aluísio Azevedo publica O mulato, o primeiro romance naturalista do Brasil; 

NO BRASIL

domingo, 8 de abril de 2012

Vírgula: quando usá-la?


Emprego correto da vírgula

Estando a oração em ordem direta (sujeito → verbo → complementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Assim:

1. Não se usa vírgula: separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala    foram advertidos.
             Sujeito                            predicado
b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores.
                   V.T.D.I.              O.D.                             O.I.
Entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal.

2. Usa-se a vírgula:
Para marcar intercalação de termos na oração:
* do adjunto adverbial- O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

* da conjunção- Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.

* das expressões explicativas ou corretivas- As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.

OBSERVE QUE OS TERMOS EM DESTAQUES NAS ORAÇÕES ACIMA FORAM INSERIDOS NAS ORAÇÕES, E FICAM SEPARADOS POR VÍRGULAS DOS DEMAIS TERMOS.

Para marcar inversão da posição dos termos da oração: 

a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
 (A ORDEM NORMAL SERIA: TODO O COMÉRCIO ESTÁ DE PORTAS FECHADAS DEPOIS DAS SETE HORAS) 
Observe que o termo que indica tempo, ou seja, o adjunto adverbial de tempo, está posicionado de forma invertida, foi colocado no início da oração, ao invés de ser no final, então está separado por vírgulas

b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.

c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.

Usa-se vírgula para separar entre si elementos dispostos em enumeração:
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:

Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

Usa-se a vírgula para isolar:

- o aposto: (termo que explica um outro termo mencionado anteriormente)
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
                                aposto
- o vocativo: (termo usado para chamar alguém)
Ora, Thiago, não diga bobagem.
         vocativo