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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

2ª fase modernista- Poesia Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes



Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902.
Estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental".
formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925.
1926 - Leciona Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira
1927 - Nasce, no dia 22 de março, mas vive apenas meia hora, seu filho Carlos Flávio.
1928 - Nasce, no dia 4 de março, sua filha Maria Julieta
1930 - Publica seu primeiro livro, "Alguma Poesia",
em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945
 1940 - Publica "Sentimento do Mundo"
1945 - Publica "A Rosa do Povo"
1951 - Publica "Claro Enigma", "Contos de Aprendiz"
(...)
1987 - Em janeiro, escreve seu último poema, "Elegia a um tucano morto"
        - É homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo "No reino das palavras", que vence o Carnaval 87.
        -No dia 5 de agosto, depois de 2 meses de internação, falece sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. "E assim vai-se indo a família Drummond de Andrade" - comenta o poeta.
          -12 dias depois falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha,
As fases do poeta:
 
A 1ª fase (a fase gauche) tem como características o pessimismo, o isolamento, o individualismo e a reflexão existencial. Nota-se nesta fase um desencanto em relação ao mundo. Ironia, o humor e linguagem coloquial
Obras
“Alguma Poesia” (1930)
“Brejo das Almas” (1934)
 
.
A 2ª fase, chamada fase social, é marcada pela vontade do poeta de participar e tentar transformar o mundo, o pessimismo e o isolamento da 1ª fase é posto de lado. O poeta se solidariza com os problemas do mundo.
Obras
“Sentimento do mundo” (1940)
“José” (1942)
“Rosa do Povo” (1945)
 
A 3ª fase, poesia filosófica: textos que refletem sobre vários temas de preocupação universal como a vida e a morte.
Obras
“Fazendeiro do ar” (1955)
“Vida passada a limpo” (1959)
 
“Lição de coisas” (1962)
 
A fase final (o tempo das memórias)
Como o próprio nome já diz, as obras desta fase (década de 70 e 80), são cheias de recordações do poeta. Os temas infância e família são retomados e aprofundados além dos temas universais já discutidos anteriormente.
Obras
“Boitempo”
“Boitempo III”
“As impurezas do branco”
“Amor Amores”
 

Curiosidade
Após a sua morte descobriu-se um conjunto de poemas eróticos que ele mantinha em segredo intitulado “O amor natural” (1992).

Cronologia:

1902 - Nasce em Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais; nono filho de Carlos de Paula Andrade, fazendeiro, e D. Julieta Augusta Drummond de Andrade.
 
1910 - Inicia o curso primário no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito, em Itabira (MG).
 
1916 - Aluno interno no Colégio Arnaldo, da Congregação do Verbo Divino, Belo Horizonte. Conhece Gustavo Capanema e Afonso Arinos de Melo Franco. Por problemas de saúde, interrompe seus estudos no segundo ano.
 
1917 - Toma aulas particulares com o professor Emílio Magalhães, em Itabira.
 
1918 - Aluno interno no Colégio Anchieta, da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo; é laureado em "certames literários". Seu irmão Altivo publica, no único exemplar do jornalzinho Maio, seu poema em prosa "ONDA".
 
1919 - Expulso do Colégio Anchieta mesmo depois de ter sido obrigado a retratar-se. Justificativa da expulsão: "insubordinação mental".
 
1920 - Muda-se com a família para Belo Horizonte.
 
1921 - Publica seus primeiros trabalhos na seção "Sociais" do Diário de Minas. Conhece Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, todos freqüentadores do Café Estrela e da Livraria Alves.
 
1922 - Ganha 50 mil réis de prêmio pelo conto "Joaquim do Telhado" no concurso Novela Mineira. Publica trabalhos nas revistas Todos e Ilustração Brasileira.
 
1923 - Entra para a Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.
 
1924 - Escreve carta a Manuel Bandeira, manifestando-lhe sua admiração. Conhece Blaise Cendrars, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade no Grande Hotel de Belo Horizonte. Pouco tempo depois inicia a correspondência com Mário de Andrade, que durará até poucos dias antes da morte de Mário.
 
1925 - Casa-se com a senhorita Dolores Dutra de Morais, a primeira ou segunda mulher a trabalhar num emprego (como contadora numa fábrica de sapatos), em Belo Horizonte. Funda, junto com Emílio Moura e Gregoriano Canedo, A Revista, órgão modernista do qual saem 3 números. Conclui o curso de Farmácia mas não exerce a profissão, alegando querer "preservar a saúde dos outros".
 
1926 - Leciona Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira. Volta para Belo Horizonte, por iniciativa de Alberto Campos, para trabalhar como redator-chefe do Diário de Minas. Heitor Villa Lobos, sem conhecê-lo, compõe uma seresta sobre o poema "Cantiga de Viúvo".
 
1927 - Nasce, no dia 22 de março, mas vive apenas meia hora, seu filho Carlos Flávio.
 
1928 - Nasce, no dia 4 de março, sua filha Maria Julieta, quem se tornará sua grande companheira ao longo da vida. Publica na Revista de Antropofagia de São Paulo, o poema "No meio do caminho", que se torna um dos maiores escândalos literários do Brasil. 39 anos depois publicará "Uma pedra no meio do caminho - Biografia de um poema", coletânea de críticas e matérias resultantes do poema ao longo dos anos. Torna-se auxiliar de redação da Revista do Ensino da Secretaria de Educação.
 
1929 - Deixa o Diário de Minas para trabalhar no Minas Gerais, órgão oficial do Estado, como auxiliar de redação e pouco depois, redator, sob a direção de Abílio Machado.
 
1930 - Publica seu primeiro livro, "Alguma Poesia", em edição de 500 exemplares paga pelo autor, sob o selo imaginário "Edições Pindorama", criado por Eduardo Frieiro. Auxiliar de Gabinete do Secretário de Interior Cristiano Machado; passa a oficial de gabinete quando seu amigo Gustavo Capanema substitui Cristiano Machado.
 
1931 - Falece seu pai, Carlos de Paula Andrade, aos 70 anos.
 
1933 - Redator de A Tribuna. Acompanha Gustavo Capanema quando este é nomeado Interventor Federal em Minas Gerais.
 
1934 - Volta a ser redator dos jornais Minas Gerais, Estado de Minas e Diário da Tarde, simultaneamente. Publica "Brejo das Almas" em edição de 200 exemplares, pela cooperativa Os Amigos do Livro. Muda-se, com D. Dolores e Maria Julieta, para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, novo Ministro de Educação e Saúde Pública.
 
1935 - Responde pelo expediente da Diretoria-Geral e é membro da Comissão de Eficiência do Ministério da Educação.
 
1937 - Colabora na Revista Acadêmica, de Murilo Miranda.
 
1940 - Publica "Sentimento do Mundo" em tiragem de 150 exemplares, distribuídos entre os amigos.
 
1941 - Assina, sob o pseudônimo "O Observador Literário", a seção "Conversa Literária" da revista Euclides. Colabora no suplemento literário de A Manhã, dirigido por Múcio Leão e mais tarde por Jorge Lacerda.
 
1942 - A Livraria José Olympio Editora publica "Poesias". O Editor José Olympio é o primeiro a se interessar pela obra do poeta.
 
1943 - Traduz e publica a obra Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, sob o título de "Uma gota de veneno".
 
1944 - Publica "Confissões de Minas", por iniciativa de Álvaro Lins.
 
1945 - Publica "A Rosa do Povo" pela José Olympio e a novela "O Gerente". Colabora no suplemento literário do Correio da Manhã e na Folha Carioca. Deixa a chefia de gabinete de Capanema, sem nenhum atrito com este e, a convite de Luís Carlos Prestes, figura como editor do diário comunista, então fundado, Imprensa Popular, junto com Pedro Mota Lima, Álvaro Moreyra, Aydano Do Couto Ferraz e Dalcídio Jurandir. Meses depois se afasta do jornal por discordar da orientação do mesmo. É chamado por Rodrigo M.F. de Andrade para trabalhar na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, onde mais tarde se tornará chefe da Seção de História, na Divisão de Estudos e Tombamento.
 
1946 - Recebe o Prêmio pelo Conjunto de Obra, da Sociedade Felipe d'Oliveira. Sua filha Maria Julieta publica a novela "A Busca", pela José Olympio.
 
1947 - É publicada sua tradução de "Les liaisons dangereuses", de Choderlos De Laclos, sob o título de "As relações perigosas".
 
1948 - Publica "Poesia até agora". Colabora em Política e Letras, de Odylo Costa, filho. Falece Julieta Augusta Drummond de Andrade, sua mãe. Comparece ao enterro em Itabira que acontece ao mesmo tempo em que é executada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a obra "Poema de Itabira" de Heitor Villa-Lobos, composta sobre seu poema "Viagem na Família".
 
1949 - Volta a escrever no jornal Minas Gerais. Sua filha Maria Julieta casa-se com o escritor e advogado argentino Manuel Graña Etcheverry e passa a residir em Buenos Aires, onde desempenhará, ao longo de 34 anos, um importante trabalho de divulgação da cultura brasileira.
 
1950 - Vai a Buenos Aires para o nascimento de seu primeiro neto, Carlos Manuel.
 
1951 - Publica "Claro Enigma", "Contos de Aprendiz" e "A mesa". É publicado em Madrid o livro "Poemas".
 
1952 - Publica "Passeios na Ilha" e "Viola de Bolso".
 
1953 - Exonera-se do cargo de redator do Minas Gerais, ao ser estabilizada sua situação de funcionário da DPHAN. Vai a Buenos Aires para o nascimento de seu neto Luis Mauricio, a quem dedica o poema "A Luis Mauricio infante". É publicado em Buenos Aires o livro "Dos Poemas", com tradução de Manuel Graña Etcheverry, genro do poeta.
 
1954 - Publica "Fazendeiro do Ar & Poesia até agora". Aparece sua tradução para "Les paysans", de Balzac. Realiza na Rádio Ministério de Educação, em diálogo com Lya Cavalcanti, a série de palestras "Quase memórias". Inicia no Correio da Manhã a série de crônicas "Imagens", mantida até 1969.
 
1955 - Publica "Viola de Bolso novamente encordoada".
 
1956 - Publica "50 Poemas escolhidos pelo autor". Aparece sua tradução para "Albertine disparue", de Marcel Proust.
 
1957 - Publica "Fala, amendoeira" e "Ciclo".
 
1958 - Publica-se em Buenos Aires uma seleção de seus poemas na coleção "Poetas del siglo veinte". É encenada e publicada a sua tradução de "Doña Rosita la soltera" de Federico García Lorca, pela qual recebe o Prêmio Padre Ventura, do Círculo Independente de Críticos Teatrais.
 
1960 - Nasce seu terceiro neto, Pedro Augusto, em Buenos Aires. A Biblioteca Nacional publica a sua tradução de "Oiseaux-Mouches orthorynques du Brèsil" de Descourtilz. Colabora em Mundo Ilustrado.
 
1961 - Colabora no programa Quadrante da Rádio Ministério da Educação, instituído por Murilo Miranda. Falece seu irmão Altivo.
 
1962 - Publica "Lição de coisas", "Antologia Poética" e "A bolsa & a vida". É demolida a casa da Rua Joaquim Nabuco 81, onde viveu 36 anos. Passa a morar em apartamento. São publicadas suas traduções de "L'Oiseau bleu" de Maurice Maeterlink e de "Les fouberies de Scapin", de Molière, esta última é encenada no Teatro Tablado do Rio de Janeiro. Recebe novamente o Prêmio Padre Ventura. Se aposenta como Chefe de Seção da DPHAN, após 35 anos de serviço público, recebendo carta de louvor do Ministro da Educação, Oliveira Brito.
 
1963 - É lançada sua tradução de "Sult" (Fome) de Knut Hamsun. Recebe os Prêmios Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, e Luísa Cláudio de Sousa, do PEN Clube do Brasil, pelo livro "Lição de coisas". Colabora no programa Vozes da Cidade, instituído por Murilo Miranda, na Rádio Roquete Pinto, e inicia o programa Cadeira de Balanço, na Rádio Ministério da Educação. Viaja, com D. Dolores, a Buenos Aires durante as férias.
 
1964 - Publica a primeira edição da "Obra Completa", pela Aguilar.
 
1965 - São lançados os livros "Antologia Poética", em Portugal; "In the middle of the road", nos Estados Unidos; "Poesie", na Alemanha. Publica, em colaboração com Manuel Bandeira, "Rio de Janeiro em prosa & verso". Colabora em Pulso.
 
1966 - Publica "Cadeira de balanço", e na Suécia é lançado "Naten och rosen".
 
1967 - Publica "Versiprosa", "Mundo vasto mundo", com tradução de Manuel Graña Etcheverry, em Buenos Aires e publicação de "Fyzika strachu" em Praga.
 
1968 - Publica "Boitempo & A falta que ama". Membro correspondente da Hispanic Society of America, Estados Unidos.
 
1969 - Deixa o Correio da Manhã e começa a escrever para o Jornal do Brasil. Publica "Reunião (10 livros de poesia)".
 
1970 - Publica "Caminhos de João Brandão".
 
1971 - Publica "Seleta em prosa e verso". Edição de "Poemas" em Cuba.
 
1972 - Viaja a Buenos Aires com D. Dolores para visitar a filha, Maria Julieta. Publica "O poder ultrajovem". Jornais do Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre publicam suplementos comemorativos do 70º aniversário do poeta.
 
1973 - Publica "As impurezas do branco", "Menino Antigo - Boitempo II", "La bolsa y la vida", em Buenos Aires, e "Réunion", em Paris.
 
1974 - Recebe o Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos Literários. Membro honorário da American Association of Teachers of Spanish and Portuguese, Estados Unidos.
 
1975 - Publica "Amor, Amores". Recebe o Prêmio Nacional Walmap de Literatura e recusa, por motivo de consciência, o Prêmio Brasília de Literatura, da Fundação Cultural do Distrito Federal.
 
1977 - Publica "A visita", "Discurso de primavera e algumas sombras" e "Os dias lindos". Grava 42 poemas em 2 long plays, lançados pela Polygram. Edição búlgara de "UYBETBO BA CHETA" (Sentimento do Mundo).
 
1978 - Publica "70 historinhas" e "O marginal Clorindo Gato". Edições argentinas de "Amar-amargo" e "El poder ultrajoven".
 
1979 - Publica "Poesia e Prosa", 5ª edição, revista e atualizada, pela editora Nova Aguilar. Viaja a Buenos Aires por motivo de doença de sua filha Maria Julieta. Publica "Esquecer para lembrar - Boitempo III".
 
1980 - Recebe os Prêmios Estácio de Sá, de jornalismo, e Morgado Mateus (Portugal), de poesia. Edição limitada de "A paixão medida". Noite de autógrafos na Livraria José Olympio Editora para o lançamento conjunto da edição comercial de "A paixão medida" e "Um buquê de Alcachofras", de Maria Julieta Drummond de Andrade; o poeta e sua filha autografam juntos na Casa José Olympio. Edição de "En rost at folket", Suécia. Edição de "The minus sign", Estados Unidos. Edição de "Gedichten" Poemas, Holanda.
 
1981 - Publica "Contos Plausíveis" e "O pipoqueiro da esquina". Edição inglesa de "The minus sign".
 
1982 - Ano do 80º aniversário do poeta. São realizadas exposições comemorativas na Biblioteca Nacional e na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Os principais jornais do Brasil publicam suplementos comemorando a data. Recebe o título de Doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Edição mexicana de "Poemas". A cidade do Rio de Janeiro festeja a data com cartazes de afeto ao poeta. Publica "A lição do amigo - Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade", com notas do destinatário. Publicação de "Carmina drummondiana", poemas de Drummond traduzidos ao latim por Silva Bélkior.
 
1983 - Declina do troféu Juca Pato. Publica "Nova Reunião (19 livros de poesia)", último livro do poeta publicado, em vida, pela Casa José Olympio.
 
1984 - Despede-se da casa do velho amigo José Olympio e assina contrato com a Editora Record, que publica sua obra até hoje. Também se despede do Jornal do Brasil, depois de 64 anos de trabalho jornalístico, com a crônica "Ciao". Publica, pela Editora Record, "Boca de Luar" e "Corpo".
 
1985 - Publica "Amar se aprende amando", "O observador no escritório" (memórias), "História de dois amores" (livro infantil) e "Amor, sinal estranho". Edição de "Frän oxen tid", Suécia.
 
1986 - Publica "Tempo, vida, poesia". Edição de "Travelling in the family", em New York, pela Random House. Escreve 21 poemas para a edição do centenário de Manuel Bandeira, preparada pela editora Alumbramento, com o título "Bandeira, a vida inteira". Sofre um infarto e é internado durante 12 dias.
 
1987 - No 31 de janeiro escreve seu último poema, "Elegia a um tucano morto" que passa a integrar "Farewell", último livro organizado pelo poeta. É homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo "No reino das palavras", que vence o Carnaval 87. No dia 5 de agosto, depois de 2 meses de internação, falece sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. "E assim vai-se indo a família Drummond de Andrade" - comenta o poeta. Seu estado de saúde piora. 12 dias depois falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Cemitério São João Batista do Rio de Janeiro. O poeta deixa obras inéditas: "O avesso das coisas" (aforismos), "Moça deitada na grama", "O amor natural" (poemas eróticos), "Viola de bolso III" (Poesia errante), hoje publicados pela Record; "Arte em exposição" (versos sobre obras de arte), "Farewell", além de crônicas, dedicatórias em verso coletadas pelo autor, correspondência e um texto para um espetáculo musical, ainda sem título. Edições de "Moça deitada na grama", "O avesso das coisas" e reedição de "De notícias e não notícias faz-se a crônica" pela Editora Record. Edição de "Crônicas - 1930-1934". Edição de "Un chiaro enigma" e "Sentimento del mondo", Itália. Publicação de "Mundo Grande y otros poemas", na série Los grandes poetas, em Buenos Aires.
 
1988 - Publicação de "Poesia Errante", livro de poemas inéditos, pela Record.
 
1989 - Publicação de "Auto-retrato e outras crônicas", edição organizada por Fernando Py. Publicação de "Drummond: frente e verso", edição iconográfica, pela Alumbramento, e de "Álbum para Maria Julieta", edição limitada e fac-similar de caderno com originais manuscritos de vários autores e artistas, compilados pelo poeta para sua filha. A Casa da Moeda homenageia o poeta emitindo uma nota de 50 cruzeiros com seu retrato, versos e uma auto-caricatura.
 
1990 - O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) organiza uma exposição comemorativa dos 60 anos da publicação de "Alguma Poesia". Palestras de Manuel Graña Etcheverry, "El erotismo en la poesía de Drummond" no CCBB e de Affonso Romano de Sant'Anna, "Drummond, um gauche no mundo". Encenação teatral de "Mundo, vasto mundo", com Tônia Carrero, o coral Garganta e Paulo Autran, sob a direção deste no Teatro II do CCBB. Encenação de "Crônica Viva", com adaptação de João Brandão e Pedro Drummond, no CCBB. Edição da antologia "Itabira", em Madrid, pela editora Visor. Edição limitada de "Arte em exposição", pela Salamandra. Edição de "Poésie", pela editora Gallimard, França.
 
1991 - Publicação de "Obra Poética", pela editora Europa-América, em Portugal.
 
1992 - Edição de "O amor natural", de poemas eróticos, organizada pelo autor, com ilustrações de Milton Dacosta e projeto gráfico de Alexandre Dacosta e Pedro Drummond. Publicação de "Tankar om ordet menneske", Noruega. Edição de "Die liefde natuurlijk" (O amor natural) na Holanda.
 
1993 - Publicação de "O amor natural", em Portugal, pela editora Europa-América. Prêmio Jabuti pelo melhor livro de poesia do ano, "O amor natural".
 
1994 - Publicação pela Editora Record de novas edições de "Discurso de primavera" e "Contos plausíveis". No dia 2 de julho falece D. Dolores Morais Drummond de Andrade, viúva do poeta, aos 94 anos.
 
1995 - Encenação teatral de "No meio do caminho...", crônicas e poemas do poeta com roteiro e adaptação de João Brandão e Pedro Drummond. Lançamento de um selo postal em homenagem ao poeta. Drummond na era digital, publicação de uma pequena antologia em 5 idiomas sob o título de "Alguma Poesia", no World Wide Web , Internet, na data de seu 93º aniversário. Projeto do CD-ROM "CDA-ROM", que visa a publicar, em ambiente interativo e com os recursos da multimídia, os 40 poemas recitados pelo autor, uma iconografia baseada na coleção de fotografias do poeta, entrevistas em vídeo e um curta-metragem.
 
1996 - Lançamento do livro Farwell, último organizado pelo poeta, no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com a apresentação de Joana Fomm e José Mayer. Esse livro é ganhador do Prêmio Jabuti.
 
1997 - Primeira edição interativa do livro "O Avesso das Coisas".
 
1998 - Inauguração do Museu de Território Caminhos Dummondianos em Itabira. No dia 31 de outubro é inaugurado o Memorial Carlos Drummond de Andrade, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, no Pico do Amor da cidade de Itabira. Prêmio in memorian Medalha do Sesquicentenário da Cidade de Itabira.
 
1999 - I Forum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado na cidade de Itabira. Lançamento do CD "Carlos Drummond de Andrade por Paulo Autran", pelo selo Luz da Cidade.
 
2000 - Inaugurada a Biblioteca Carlos Drummond de Andrade do Colégio Arnaldo de Belo Horizonte. Lançamento do CD "Contos de aprendiz por Leonardo Vieira", pelo selo Luz da Cidade. Estréia no dia 31 de outubro o espetáculo "Jovem Drummond", estrelado por Vinícius de Oliveira, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade e Itabira (Secretaria de Cultura do Município). Lançamento do CD "História de dois amores - contadas por Odete Lara", pela gravadora Luz da Cidade. Encenação pela Comédie Française da peça de Molière Les Fourberies de Scapin, com tradução do biografado, nos teatros Municipal do Rio de Janeiro e Municipal de São Paulo. Lançamento do projeto "O Fazendeiro do Ar", com o "balão Drummond", na Lagoa Rodrigo de Freitas - Rio de Janeiro. II Fórum Itabira Século XXI — Centenário Drummond, realizado em outubro na cidade de Itabira. Homenagem in memoriam Medalha comemorativa dos 70 anos do MEC. Homenagem dos Ex-Alunos da Universidade Federal de Minas Gerais.
 
 
 
Vinícius de Moraes: O poetinha da paixão!
 
 
 
"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher..."
 
 
 
Marcus Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913.
Em 1930, ingressou na Faculdade Nacional de Direito
 
  • Formou-se em 1933, mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poemas, "O Caminho para a Distância".
  • Não se dedicou muito tempo à advocacia, ingressando no Ministério da Educação para exercer o cargo de censor cinematográfico.
  •  
  • Em 1938, porém, recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford.
  • Ainda na Inglaterra, casou-se por procuração com Beatriz Azevedo de Melo.
  • Voltou ao Brasil em 1939
  • Em 1943 ingressou na carreira diplomática, seguindo três anos depois para Los Angeles (EUA) como vice-cônsul.
  • Durante esse tempo, publica diversas obras e casa-se pela segunda, terceira e quarta vez.
  • No início da década de 1960, começou a compor em parceria com Carlos Lyra, Pixinguinha e Baden Powell. Também faz shows ao lado de Antonio Carlos Jobim e João Gilberto.
  • Em 1969, casou- se com Cristina Gurjão.
  •  
  • No ano seguinte, casou-se com a atriz bahiana Gesse Gessy e iniciou sua parceria com Toquinho.
  • Durante a década de 1970, compôs muito, fez vários shows e casou-se ainda mais duas vezes.
  •  Morreu aos 67, em 9 de julho de 1980, de edema pulmonar, em sua casa, na companhia de Toquinho e da última mulher, Gilda Queirós Mattoso.
As fases de Vinícius:
     
"De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinicius passa para uma temática mais próxima do amor, do erotismo e das angústias do desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais coloquial. "
 
A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e em "Forma e Exegese". A segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em "Ariana, A Mulher".
 
1ª Fase Místico - Religiosa
 
A exemplo de outros poetas de suas geração, a primeira fase da poesia de Vinícius é marcada pela preocupação religiosa, pela angústia existencial diante da condição humana e pelo desejo de superar, por meio da transcendência mística, as sensações de pecado, culpa e desconsolo que a vida terrena lhe oferecia. De Versos mais longos e melancólicos.

Compreendem os livros:

O caminho para a distância (1933);
Forma e exegese (1935);
Ariana, mulher (1936);
Novos poemas (1938);
Cinco elegias (1943) livro de transição

Veja um poema da sua fase inicial:
 
Ânsia
 
Na treva que se fez em torno a mim
Eu vi a carne.
Eu senti a carne que me afogava o peito
E me trazia à boca o beijo maldito.
Eu gritei.
De horror eu gritei que a perdição me possuía a alma
E ninguém me atendeu.
Eu me debati em ânsias impuras
A treva ficou rubra em torno a mim
E eu caí! 
2ª Fase de Encontro com o Mundo Material e Cotidiano
Cinco elegias (1943) é a obra que marca, na poesia de Vinícius, a passagem para uma fase de proximidade maior com o mundo material. O poeta passa a interessar-se por temas cotidianos, pelas coisas simples da vida e explora com sensualismo os temas do amor e da mulher. A linguagem também tende à simplicidade o verso livre passa a ser mais empregado, a comunicação torna-se mais direta e dinâmica.
 
Receita de mulher
 
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso (...)
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem; mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida) é também de extrema pertinência  

Obra de Vinícius de Moraes


O Caminho Para a Distância, poesia, 1933
Forma e Exegese poesia, 1936
Novos Poemas, poesia, 1938
Cinco Elegias, poesia, 1943
Poemas, Sonetos e Baladas, poesia, 1946
Pátria Minha, poesia, 1949
Orfeu da Conceição, teatro, em versos, 1954
Livro de Sonetos, poesia, 1956
Pobre Menina Rica, teatro, comédia musicada, 1962
O Mergulhador, poesia, 1965
Cordélia e O Peregrino, tearo, em versos, 1965
A Arca de Noé, poesia, 1970
Chacina de Barros Filho, teatro, drama
O Dever e o Haver
Para Uma Menina com uma Flor, poesia
Para Viver um Grande Amor, poesia
Ariana, a Mulher, poesia
Antologia Poética
Novos Poemas II
 

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